Cada vez mais sinto abertura e curiosidade para o conhecimento do tantra como caminho de descoberta pessoal e espiritual. É claro que ainda é uma questão que poderá parecer confusa, devido aos nossos padrões culturais, sociais e morais sobre o que é a sexualidade. Mas sobre isto eu costumo simplificar dizendo, o que nos cria, começa com uma união sexual. A nossa energia vital é a nossa energia sexual. Quando nascemos essa energia já vem connosco. Um bebé quando nasce, se não receber afecto, contacto, mimo, presença física, não sobrevive ou “mirra” emocionalmente. Esse mimo e mama que os pais dão ao seu bebé é vivenciado por ele com intenso prazer, vejam a expressão de um bebé que acabou de mamar, é de profundo êxtase. Ao massajarmos um bebé, vemos que ele fica em pleno desfrute do prazer que lhe dá esse toque. O bebé vive o prazer deste toque apenas no campo amoroso, não há erotismo, apenas prazer. O erotismo vive na mente, não na energia sexual, nem no corpo.
Aqui reside a diferença, a nossa energia sexual faz parte de nós, é viva, é limpa, é pura, é a nossa vitalidade original. Expressa-se natural e inocentemente em nós desde o nascimento através da comunicação com os pais e da vivência da masturbação, que é uma descoberta natural do corpo físico e do auto-prazer.
Quando crescemos é que a nossa sexualidade encontra outras formas de expressão que podem ser pela atração e paixão, resultando em desejo pelo outro, aqui já se busca o erotismo e a sensualidade como forma de comunicação. Depois os meios que escolhemos para vivenciar a nossa sexualidade no contexto erótico é que dependem de cada um de nós, das nossas características de personalidade/identidade, de como pensamos, sentimos e vemos o mundo, sendo a nossa mente que gere tudo isto.
Se virmos estes dois campos distintos percebemos que a nossa energia sexual continua na sua origem, pura, limpa, inocente e viva até ao nosso ultimo suspiro. Se lhe tirarmos o campo que a condiciona sob visões morais, sociais, religiosas ou outras, ficamos com o potencial de energia para vivenciar como forma de equilibrar os nossos biorritmos, a nossa alegria de viver, a nossa amorosidade, a nossa saúde física, emocional e espiritual.
Eu na minha experiência de vida e como terapeuta psico-corporal tenho descoberto coisas maravilhosas da vida e do ser humano e sinto-me profundamente honrada pelo que a vida me tem dado e por poder partilhar estas minhas experiências com outros. Assim desejo e espero continuar… Assim seja!